domingo, junho 29, 2008

Resíduos de pesticidas e a sua toxicidade

Os pesticidas devem ser considerados mais como "venenos" do que como "remédios", principalmente quando se trata de produtos de síntese química de elevada toxicidade aguda e/ou crónica e, geralmente, de grande persistência e bioacumulação.

Toxicidade aguda

A toxicidade aguda (oral ou dermal) é medida pela dose letal 50 (LD50), a quantidade de pesticida que provoca a morte de 50% dos animais testados em laboratórios, em geral ratos. Como é evidente, quanto mais baixa é a LD50, mais tóxico é o produto. A LD50 é expressa em miligramas de substância activa por quilo de peso vivo do animal.
Temos ainda em utilização na agricultura convencional, e nalguns casos em protecção integrada, pesticidas com LD50 da ordem de 1mg/Kg ou pouco mais, ou seja, pesticidas muito tóxicos.
Esta toxicidade aliada à persistência do produto, leva à definição do intervalo de segurança (IS) que é o número de dias necessário aguardar entre o último tratamento fitossanitário e a data de colheita.

Toxicidade crónica

As indicações de toxicidade crónica dos pesticidas não são reveladas no principal documento oficial sobre estes produtos - o Guia dos Produtos Fitofarmacêuticos com Venda Autorizada.
No Guia de 2006 surge finalmente uma referência, com o seguinte texto:
-"Toxicidade crónica (efeitos da ingestão diária ao longo da vida de uma pessoa), possibilidade de provocar cancro, efeitos na reprodução e no desenvolvimento dos fetos, alterações genéticas e efeitos no sitema nervoso".

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